sexta-feira, 16 de março de 2007

Sem Perspectiva


A vida passa...nada vejo, dias sem vitórias, dor acumulada...vazio.
Sem tristeza e sem lágrimas ando, tudo é vazio,
Não há horizonte azul além do que os olhos físicos podem ver,
Nem arco-íris, não há sonhos cor-de-rosa, tudo é vazio,
Sonhos que viram pesadelos, pesadelos que viram realidade,
Imensidão de vírgulas...mas nunca um ponto final.
Não há mais tempo para encantos,
Devaneios que ecoam no coração
Para transformar a vida em algo válido,
Não há caminhos que levem a algum lugar doce, bom,
Onde paire a harmonia...tudo parece oco demais,
Vazio demais, quieto, gélido...
De nenhum lugar venho e vou para lugar nenhum.
Não há vibração, ambição, o nada me cerca e reina.
O que buscar em meio a tanta desesperança?
O que sonhar?
O que querer?
Que guerra é essa?
Contra o que luto?
Porque nunca venço?
O que fazer com toda essa frustração?
Onde descarregá-la?
Minha mãe, minha companheira,
Sou um pouco dela, ela um pouco de mim,
Seres intensos, juntos e separados.
Será esse o único amor que vale a pena viver?
Mãe do passado, sempre tão presente,
Mil amores como não há igual.
Sem Deus e sem mãe o que vale nessa vida?
Filhos? Não sei? Não os tenho, não posso dizer,
Só posso falar do que vivo.

Eu sou a Marta(Páginas da Vida) ao contrário,
A Marta cobrava ressarcimento dos filhos pelo trabalho e gasto
Que teve por tê-los e criá-los.
Eu...tenho pavor de ser um peso para meus pais(ou pra qualquer um)
E é exatamente assim que me sinto no momento,
Pelo menos para um deles
E isso dói, me faz sentir um nada,
Me faz sentir imprestável, dispensável,
Me faz sentir um dejeto, um tropeço.
Queria a dimensão do “sétimo céu”,
Queria me sentir feliz e não consigo.

flor luciano

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