quinta-feira, 26 de julho de 2007

Um momento de dor...prazer


Talvez hoje eu esteja assim e amanhã melhore...não sei?
Apenas triste e só, sem saber para onde caminhar...
sem esperanças, sem sonhos...são tantas dores...
dores da alma, dores da psiquê, dores físicas...
dores da vida e da morte...dores q duram meses...
meses q espero não se tranformem em anos...
Sinto vontade de chorar...de dor...queria um pouco de prazer
para rir, sorrir, me alegrar, mas não encontro caminho...
me diriam alguns q existem pessoas q estão em pior situação q eu...
sim, eu sei, reconheço, mas não posso carregar as dores do mundo sobre mim pois mal suporto as minhas, já é dificil ter q carregar as minhas próprias...e ver as dores alheias não são um remédio, não amenizam nada.
Se tenho fé? sim...tenho, ainda q pareca pouca,
não removeu nenhuma montanha...por enquanto.
Falam de felicidade, felicidade é só uma palavra, ser feliz é relativo...dependendo do estado de espírito um pôr de sol,
uma borboleta pousando numa flor pode ser a felicidade suprema...
Prazeres do corpo e da alma são apenas momentos q passam
e a vida continua...estou aqui de passagem e por mais q ame a vida
quando eu me for não quero mais voltar...
Há quem acredite em outras vidas, eu acredito numa outra vida sim,
mas fora desse plano, fora da carne, porque por melhor q seja,
a vida na carne é terrivelmente dolorida e eu acredito no bem estar
de um lugar onde a perfeição não é defeito, onde o prazer da carne e
da alma sejam insignificantes, onde o verdadeiro prazer seja indescritível.


flor

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Memórias de uma Fã última parte




continuação do post anterior


Foram 12 anos envolvida com MJ com um fanatismo ainda maior por tê-lo visto ao vivo, demorei a me dar conta da situação q ele estava vivendo com o garoto Chandler e não podia acreditar q aquilo estava acontecendo de fato, nessa época eu achei q estava enlouquecendo pois comia, bebia e vivia Michael 24 horas por dia(de novo e com agravantes), muitas vezes, andando na rua eu via ele nítidamente, isso acontecia em qualquer hora e lugar e parecia real demais, fantasiava o tempo todo, escrevia poemas e falava dele, suas músicas rodavam no meu som em tempo integral, comprava coisas e mais coisas e vivia em função do fã clube e dos amigos q tinha feito por carta, quando ele casou com Lisa Marie eu quis morrer e fiquei doente, tive uma crise de febre e de urticária, fiquei toda empolada, vermelha e inchada, não foi fácil passar por aquilo, mas depois de uma semana a alergia(pelo menos) passou, só ficou a dor besta de não ter mais esperanças de casar com ele(ai...cada uma q fã pensa!), depois do divórcio de Lisa, ele veio ao Brasil de novo e eu tive um convite de uma amiga do Rio de Janeiro a ficar hospedada lá, ela já tinha vindo a minha casa e passou uma semana comigo, mas devido a apreensão exagerada da minha família acabei desistindo de ir e depois me arrependendo de não ter ido, quando ele teve o primeiro filho achei tão estranho, pois estava acostumada demais com a solidão dele e parecia q ele nunca viria a ser pai, nessa época por não conseguir emprego fazia faxinas e graças a elas pude comprar todos os aparelhos eletrônicos q precisava pra ouvir e ver MJ e comprar tudo q podia via correio de outros fãs q conhecia, fiz uma bela coleção como sempre tinha sonhado.


Michael ficou marcado pelas acusações dos Chandler, mas continuou fazendo sucesso, lançou depois de “Blood on the Dancefloor”, o álbum duplo e cd triplo “History” e saiu em turnê pelo mundo, infelizmente não passando pelo Brasil dessa vez, teve uma filha com Debbie Rowe, com quem havia se casado e depois de três anos de casamento se separou, eu além das faxinas voltei a trabalhar com meus primos, voltei a me tornar mais espiritual, conheci o homem da minha vida e enfrentei a desaprovação da minha mãe e um câncer(dele), na esperança de ter enfim um homem de verdade a meu lado, mas ele era tão bom q Deus o levou de mim, Pedro, q era evangélico como eu, faleceu em 2002 pouco antes de nos casarmos de cancêr de pulmão e a depressão me levou a dar mais da metade de tudo q eu tinha adquirido sobre Michael a um fã q eu conhecia, porque queria também me livrar de tudo q fosse carnal e partir definitivamente para um lado espiritual em q não houvesse volta, mas minha mãe me conhecendo bem e sabendo o quanto somos fracos, frágeis e mortais não me deixou dar as coisas mais valiosas, afinal trabalhei tanto pra ter tudo aquilo...deixei meu trabalho com meus primos por causa da depressão e algum tempo depois consegui o q foi o melhor emprego da minha vida, com registro e todos os direitos no SSPMANO( Sindicato dos Servidores Públicos de Americana e Nova Odessa) e por ter acesso a computador descobri um fórum chamado MJ Beats e um site chamado EDCYHIS, onde pude novamente me informar sobre Michael sem ter q gastar tanto quanto tinha gastado até então e onde conheci muitos outros fãs de todas as idades e regiões do país...Michael teve mais um filho de mãe desconhecida e acabou por ser julgado por outra acusação de abuso sexual da qual foi por fim inocentado, foi um período difícil, desesperador, doloroso ao extremo e imprevisível , mas nunca tive qualquer dúvida de sua inocência e graças aos esforços, capacidade e inteligência dos fãs e administradores do site EDCYHIS e do fórum MJ Beats tínhamos notícias q nem a chamada “imprensa boa” tinha, sabíamos tudo q acontecia no dia a dia do julgamento e unidos nos ajudávamos e nos confortávamos como uma família de fato, Michael sofreu e nosso sofrimento ia lado a lado com ele, até q no dia 13 de Junho de 2005 ficamos livres de um imenso e terrível pesadelo.

Agora não trabalho mais no sindicato, Michael ficou vagando meio perdido por algum tempo, se recuperando, morou no Barein e agora mora em Las Vegas, descobriu seus verdadeiros amigos e morou com príncipes e reis...ficou mais esperto e menos inocente no q diz respeito a maldade humana e a ganância q seu status, dinheiro e fama atraem, seus filhos estão quase adolescentes e lindos e ele graças a Deus está retornando ao seu lugar, apesar de todas as vozes q gritaram contra ele, o Rei do Pop(para os q ignoram a verdade “ex”, mas eles não nos importam se preferem continuar na ignorância e rodeados pelos fantasmas de seus próprios preconceitos) volta talvez ainda esse ano com um novo álbum, tivemos ótimas coletâneas mas queremos ele de volta por inteiro como antes se for essa realmente sua vontade e tanto eu quanto todos os fãs q ele tem no Brasil e no mundo estaremos na torcida, Deus continue abençoando a minha vida e a dele, mais um ano e serão 40 anos junto com ele, 4 décadas de uma “amizade” , amor e admiração q nunca se acabará.



Flor Luciano


Meus agradecimentos especiais a todos os fãs, administradores e moderadores da EDCYHIS e da MJBEATS(Andrea Faggion, Kevin Beakman, Joyce Garófalo, Joyce Castilho, Mike Beats, Bia, Bruno Extraordinary, Tico, Álvaro, Jackie, Soraia, Klauss entre vários outros) q nos mantiveram informados durante esse período negro das nossas vidas e meu carinho especial aos amigos virtuais q se tornaram reais(Thiago, Karol, Marcio, Nana entre muitos outros tb) e q fiz durante essa época...eu tenho certeza q essa HIStória não acaba aqui.....

Memórias de uma Fã parte III



continuação do post anterior...



Uma semana antes de ir para São Paulo ver o show da Dangerous Tour, eu fui com minha família num encontro de cantores gospel no Pacaembu, mas fomos de carro e foi diferente, eu estava com medo de viajar para SP sozinha, não estava acostumada a fazer isso e nunca tinha ido lá, procurei saber tudo o que podia sobre a metrópole, fiz perguntas pra meio mundo, me informei, e tentei inventar mentiras pra minha mãe não ficar preocupada, mas não teve outro jeito, eu tive que arranjar uma acompanhante por causa da minha mãe, como não tinha muitas amizades e a Cris tinha um filho pra criar, convidei uma colega de escola, Sandra pra ir comigo, ela nem era fã, mas me dispus a pagar a viagem, lanche e a entrada no show pra ela, apenas pra que minha mãe pudesse ficar tranqüila, na sexta feira, primeiro dia do show, eu parecia doente, eu estava doente, simplesmente por não estar lá, a tevê mostrava flashes, entrevistas de camarins vips de artistas q tinham ido, passava especiais sobre MJ, mas isso só me fazia lembrar o tempo todo q eu não estava lá e chorava, ele estava tão perto de mim, nunca esteve tão perto, eu não podia perder aquela oportunidade pela qual esperei por toda a minha vida.O sábado foi um dia agitado e nervoso, tudo estava combinado e preparado para a viagem e as 6 horas do domingo dia 17 de outubro de 1993 eu e a Sandra tomamos o ônibus para São Paulo, quando chegamos logo na rodoviária parecia q eu estava era carregando um peso morto, pois descobri q a Sandra conhecia São Paulo tanto quanto eu, ou seja, nada, mas como quem tem boca vai a Roma e era impossível não notar que algo diferente estava acontecendo naquela cidade, em meio a muita gente com camisetas de MJ chegamos ao Morumbi onde uma fila gigantesca q parecia dar a volta no estádio nos aguardava, combinei com ela q caso nos perdessemos uma da outra nos encontraríamos num determinado lugar perto da bilheteria após o show e não teria como ser de outro jeito já q o dinheiro estava comigo, comprei os ingressos para o show , q eram lindos, pareciam cartões magnéticos de banco e ficamos na fila que só aumentava cada vez mais conforme o dia ia passando, os portões só seriam abertos as 4 e 30 da tarde, foi divertido ver tantos tipos de pessoas diferentes, covers imitando Michael, aquela agitação toda, mas eu não me lembro muito bem dessas partes, só me lembro que tivemos q passar por uma revista antes de entrarmos, o cansaço era grande, estava com dores no corpo, dor de cabeça, com sede, não poderíamos levar nada pra dentro do estádio, nem água, uma policial feminina fez a revista e entramos junto com um bando todo mundo correndo naquela imensidão de lugar querendo chegar logo na frente do palco, imenso e negro, fiquei tão admirada, e aliviada q parei quando vi o palco de longe e comecei a chorar, me lembro q pensei: agora eu tenho certeza absoluta que vou mesmo ver ele, e aquilo parecia que não era real, depois corremos e chegamos na grade bem na frente do palco, o show iria começar as 7 ou 8 hs se não me engano e ainda não eram 5 e 30, por fim começou bem mais tarde por causa do horário de verão, precisaria estar escuro.


O tempo ia passando, um calor insuportável, bombeiros jogaram água nas pessoas q se aglomeravam cada vez mais, eu estava ensopada, precisei ir ao banheiro e até achá-lo perdi um tempo valioso, quando voltamos ao gramado estava tão lotado que não dava pra passar uma agulha ali, o estádio estava lotado, já estava escuro, olhei assustada para as arquibancadas e o gramado cheio, justo eu que tinha pavor de multidão estava no meio de quase 100 mil pessoas num estádio enorme, nos telões passavam momentos da carreira de Michael, do filme “Moonwalker”, tocava “Carmina Burana”, o barulho do público era ensurdecedor mas eu nem ouvia direito, estávamos na pista de corrida do estádio, muito movimento no palco dava pra ver de longe, eu estava muito longe do palco e chorava por causa disso, não me conformava porque a tão pouco tempo atrás estivera na grade, tudo indicava que havia chegado a hora e a adrenalina estava a mil em cada pessoa q estava ali naquele momento.
Não lembro as horas, mas finalmente o show começou, Michael pulou no palco em meio a um estrondo e ficou parado por vários minutos, estático, era “Jam”, eu o via em miniatura de tão longe q estava, centenas de cabeças atrapalhando a minha visão, os telões eram desconfortáveis, o barulho do público era maior ainda, enquanto ele ficou parado ali no centro do palco parecia q o mundo ia acabar tamanha a gritaria e eu chorava, a Sandra tentando me consolar dizia que eu devia estar feliz porque estava respirando o mesmo ar que ele, porque estava lá, porque podia vê-lo “ao vivo” pelo telão, meu Deus, então eu juntei dinheiro numa poupança, paguei pra levar uma acompanhante, enfrentei meu medo de cidade grande e de multidões, tudo pra ver Michael em um telão? Não! Era muito pouco pra tanto sacrifício, eu chorava cada vez mais conforme a performance de “Jam” ocorria, lutava pra tentar vê-lo, ele parecia uma formiguinha de tão longe que estava dos meus olhos e eu não me conformava com isso, queria ter asas, via garotas sendo trazidas desmaiadas através de um portão de madeira compensada que se estendia do ponto onde terminavam as grades q separavam Michael do público e pensei : e se eu entrar na multidão e chegar lá na frente do palco “fingir” um desmaio e me levarem pro lado de lá da grade? Talvez isso me dê a chance de correr até ele? E foi pensando em fazer isso que deixei meus medos de lado, larguei a Sandra com minha mochila, fui bem rente ao portão de madeira e comecei a minha caminhada entrando no meio da multidão, antes de “Jam” teminar comecei a travessia naquele mar de gente onde uma agulha parecia não caber, eu não sei como eu conseguia ir, mas fui, ia empurrando, pedindo licença , chorando, implorando(nessas horas vale muito a pena ser humilde e no meu caso funcinou e como...) q me deixassem passar e conseguindo passar, cada passinho era uma vitória.

Minha cabeça parecia q ia explodir, minha boca parecia nem conseguir abrir de tão seca q estava, não tinha nada comigo, nem uma garrafa de água, molhada de suor, meu Deus, o aperto era insuportável e eu pedia a Deus pra não desmaiar porque me sentia muito mal, mas cada vez q conseguia ver Michael ele estava maior, a formiguinha estava crescendo diante dos meus olhos, alguns rapazes chegavam a me puxar pra me ajudar a passar e eu implorava pelo amor de Deus, me ajudem, eu preciso ver ele de perto, preciso, dei sorte por encontrar pessoas compreensivas q me ajudaram, lembro das músicas, da emoção de “Human Nature” , do show em “Smooth Criminal” espetacular, de MJ cantando “I Just Can’t Stop Loving You” com Siedah Garret num conjuntinho q parecia um arco íris , lembro da menina q subiu pra dançar com ele em “She´s Out Of My Life” e eu decepcionada pensando: tinha q ser eu lá! O esforço era tremendo, a luta pra chegar lá maior ainda, mas cada passo me aproximava mais da frente do palco, até que finalmente uma “eternidade” parecia ter se passado e eu via Michael de perto, não lembrava mais de cansaço, de sede, de dor no corpo, de dor de cabeça, dor no pescoço, parecia q eu estava anestesiada, o palco parecia estar tão perto...eu nem lembrava mais minhas intenções de fingir desmaio, pelo contrário, pedia a Deus pra não permitir q eu desmaiasse no meio daquela multidão que me espremia, “Thriller” foi outro espetáculo, os esqueletos pareciam de verdade, não dava pra notar q eram dançarinos vestidos com uma roupa preta e com um esqueleto branco estampado, não dá pra descrever, era fenomenal demais, as luzes, o êxtase, me sentia embriagada, a apresentação de “Billie Jean” foi espetacular, fantástica, algo além da imaginação ver isso ao vivo, eu o via bem de perto, devia ter umas duas ou três fileiras de pessoas diante de mim q me separavam da grade, “Billie Jean” era um show a parte, eu não acreditava que eu estava ali vendo Michael ao vivo, não acreditava q ele era de carne e osso, me parecia tão mais alto, tão mais corpulento, esguio do que eu jamais supus quando o via em fotos ou em vídeos, acho que nesse momento eu me dei conta que Michael era um ser humano, uma pessoa q até então tinha sido apenas uma fantasia da minha imaginação, era tão espetacular vê-lo dançando “Billie Jean” que eu não precisaria ver mais nada, mas eu queria mais.

Acho q se alguém me perguntasse o meu nome naquela hora eu não saberia lhe dizer, esqueci quem eu era, esqueci até o meu nome, esqueci dos mais de 75 mil no estádio, era só eu e ele ali, eu queria q ele me visse, queria sentir o olhar dele, queria vê-lo olhando pra mim, mas como? Nos telões de cristal liquido lembro de ter visto cenas de “Black or White” e Michael virando pantera, parecia lindo, muito mais que ver o clip pela tevê, lembro de “Will You Be There”, música que amo de paixão e de ter chorado muito durante essa música, a minha oportunidade de vê-lo mais de perto foi quando ele cantou “Black or White” e subiu na grua q o elevou sobre a multidão de pessoas q estavam perto da grade, eu entre elas, esse foi o apocalipse do show pra mim, o clímax supremo, que coisa de outro mundo aquilo, Michael vestia calça preta e camiseta branca com uma camisa de mangas compridas tb branca, não lembro de mais detalhes, só lembro q os cabelos dele voavam ao vendo brilhantes e seu rosto estava rosado, parecia um gigante, muito esbelto, lindo como jamais tinha visto, sorriso de dentes perfeitos e brancos, nossa...meu Deus parecia a visão de um anjo, de um deus grego, o próprio Adonis(rsrsrsrs...) e me apaixonei pela milionésima vez, a grua passou bem baixo, tanto q tive a impressão q se eu subisse nos ombros de algum daqueles alterofilistas ao meu redor poderia alcançar a mão de Michael, aquela mão rosada e enorme, seus olhos brilhavam muito também, e as pessoas gritavam loucamente, não sei se foi ele q gritou primeiro o “I love you” ou se fomos nós, só sei q houve essa declaração de amor, mas acho q foi ele, pois chorei muito enquanto gritava um “I love you” débil e lacrimoso em retribuição e tive a sensação q ele estava olhando direto para mim, foi a coisa mais maravilhosa da minha vida, um êxtase sem igual, nunca vou esquecer q não poderia fazer outra coisa senão chorar e aquele momento se eternizou, parecia q tinha durado todo o tempo do mundo, fiquei tão deslumbrada com a beleza dele que mal podia acreditar q ele pudesse ser ainda mais lindo pessoalmente do que por fotos e vídeo, q pudesse ser mais alto e mais encorpado, nem sei a ordem do q ele cantou depois, só lembro q a última música foi “Heal The World” e antes dela terminar eu tentava sair da multidão, mas não tinha como, quando o show acabou fui levada pela multidão para fora do estádio, e a cabeça começou a doer de novo, parecia q ia explodir e sentia uma sede como jamais tinha sentido na minha vida, tive q procurar a Sandra perto da bilheteria, tomar o metro, para chegar na rodoviária onde pudemos voltar para Campinas, dormimos, ela dormiu no banco da rodoviária e eu andava por lá toda elétrica e contando para as poucas pessoas q encontrava a minha aventura deliciosa, quando cheguei em casa as 8 horas da manhã, pude ver pela tevê q o palco já estava sendo desmontado, posso dizer q esse foi meu único sonho realizado, depois desse dia comecei a ter contato com vários fãs pelo Brasil, fundei um fã clube com uma garota de Mato Grosso, conheci fãs gaúchos, pernambucanos e paulistas q tb tinham fã clubes e até mesmo fãs americanos e italianos com quem me correspondia, entrei num curso de inglês e seguia a vida de Michael agora com grandes, enormes problemas por causa de um garoto q o acusava de abuso sexual...


continua...

Memórias de uma Fã parte II




continuação do post anterior...

Lá pelos anos de 73, 74, depois de muitos “bailinhos” em casa que nessa época faziam muito sucesso muito mais nas casas de família, inclusive na minha, do que nos clubes da cidade e sempre ao som de músicas de Michael Jackson e seus irmãos, (dancei muito de rosto colado ao som de One day in your life , I´ll be there, Ben entre outras e fiz muito “exercício” dançando ao som de Dancing Machine, Whatever you got I want...), meu irmão montou um conjunto musical ou uma “banda” como chamam hoje em dia, e passei a ser a cantora do grupo que depois de vários nomes acabou sendo definitivamente batizado de Musical Waterloo, nos apresentávamos em clubes, shows de cantores da época, programas de rádio ao vivo da região e eu tinha até fãs, o que eu achava muito estranho, apesar de querer nunca consegui nem tentar cantar uma música de Michael Jackson, eu me achava incapaz apesar dos elogios das pessoas à minha voz na época e apesar da paparicação por eu ser a única garota a cantar num grupo musical nesse tempo... e ele era tão especial pra mim que nunca nem tentei, eu achava que ia “estragar” a música. Michael começou a mudar de voz e eu confesso q fiquei um pouco desencantada porque ele estava crescendo, mudando, eu não queria que ele crescesse, eu não queria crescer, então me envolvi com as primeiras paixões de uma adolescente e deixei Michael de lado por algum tempo, tive minhas primeiras desilusões no amor e na vida, tive problemas graves de depressão quando o Musical Waterloo acabou, vi alguns vídeoclips dele com seus irmãos; Blame it on The boogie, Enjoy Yourself, mas não liguei muito, ele não era mais o Michael que eu tinha conhecido(ou eu é que não estava nada bem) e aquele novo estilo de música não me agradou na época, creio q só tenha visto esses clips uma única vez na tevê nessa época e meus problemas de saúde no período posterior ao fim do grupo musical foram tão graves q eu não ligava pra nada, não trabalhava, não estudava, não tinha uma única amizade, passava o dia inteiro chorando e não queria saber de música, rádio, Tv , passei quase um ano sem poder andar e corria de um médico pra outro sem saber o que eu tinha e sem que eles descobrissem, gastei todo o dinheiro que ganhei com o conjunto nos médicos, até q fui curada por orações, já que de médicos passei a freqüentar também igrejas de parentes( quase todos evangélicos) e os parentes tb me ajudaram me dando meu primeiro emprego como balconista na empresa de um tio e foi nessa época q conheci minha melhor amiga, Cristina, uma paraguaia que era freguesa de costura da minha mãe e que tempos mais tarde descobrimos que era garota de programa, ela tb me ajudou a enfrentar todos os problemas q tive na época, e passou a ser tratada como uma filha pela minha mãe por ter sido tb muito importante na minha vida na minha pior fase q foi justamente o auge da minha juventude e só então com muitas orações, a amizade dela, a ajuda dos parentes e tb ajuda médica é que voltei a me interessar pela vida e por Michael.


Eu tinha ganhado um lp que não tinha gostado e fui na loja trocar, quando dei de cara com Off The Wall, e troquei por ele, depois fui com essa minha amiga em Campinas numa loja onde achei o álbum Thriump por um preço tão absurdamente pequeno que lógico, comprei, foram as primeiras coisas de Michael que eu comprava depois de meu irmão ter dado fim no meu compacto de Got to be there, tb comprei um compacto com 4 músicas, entre elas, I´ll be there, Got to be there, Goin back to Indiana e I want you Back( a música que tinha me apresentado a Michael), mas apenas comprei, não ouvi, comprei e guardei.
Eu estava ainda me recuperando da depressão, uma inquilina que morava na minha casa e que era mais jovem do que eu me mostrou uma música de um disco que era emprestado de um amigo dela, e como eu estava completamente por fora do que acontecia no mundo nessa época porque não assistia televisão e nem ouvia rádio, não sabia nada sobre Michael, e nem o reconheci de primeira( a voz dele), era o álbum Thriller, e a primeira música que ouvi foi a música Thriller, que achei o máximo, ela simplesmente colocou o disco no aparelho de som dela e tocou Thriller bem alto, foi incrível, adorei aquela música tão diferente e como não tinha ainda visto a capa não imaginava que fosse Michael Jackson e quando vi a foto não o liguei ao garotinho da minha época de criança,(distraída como sempre, e acho que meio dopada pelos remédios que tinha que tomar regularmente) era como se eu estivesse sendo apresentada a outro artista, ouvi o álbum inteiro e amei todas as músicas, quando finalmente caiu a ficha e percebi que aquele belo rapaz era o mesmo Michael Jackson que eu tanto tinha amado na minha infância, quase não acreditei, dificilmente um artista que faz sucesso na infância consegue fazer o mesmo sucesso depois de adulto... devo ter tido uns 3 ou 4 albuns Thriller.


Sempre que riscava uma música, geralmente Billie Jean, Beat it e Thriller, eu dava pra alguém e comprava outro novo, meu sobrinho ainda uma criança entrou numa escola de dança pra aprender a dançar como Michael e tb gostava dele, tanto q foi o responsável por riscar meu primeiro álbum Thriller, voltei a ligar a tevê( que só mostrava Michael Jackson em todos os programas, só se falava nele, comprei revistas e mais revistas sobre ele, era MJ pra todo lado e em todo canto, nunca tinha visto coisa igual com um artista, uma loucura, tudo muito parecido com a época do surgimento do Jackson Five.Só depois de ouvir Thriller e ver a minha paixão por Michael voltar com força total e que fui ouvir Off The Wall e o álbum Thriump, que tb adorei, creio q foi nesse ponto q comecei de fato a viver plenamente de novo, esquecida de tudo o que tinha se passado comigo até então.


A música Thriller foi uma coisa espantosa pra mim, assim com esse LP( na época ainda não existia cd) o clip tb, sentia tanto orgulho de Michael que jamais poderia descrever,pensava que aquela fase boa que vivi na infância nunca mais iria voltar, pensava que aquele lindo menininho iria cair pra sempre no esquecimento depois de grande, mas ele tinha talento demais pra ser ignorado, minha relação com Michael era uma coisa especial demais, duradoura demais, única, eu( e ele) estava com 23,24 anos quando esse álbum estourou , Michael era como um pedaço de mim que vivia em outra parte do planeta e eu sentia uma ligação muito forte com ele, eu amava a dança, sonhava em encontrar um artista que além de cantar tb dançasse e Michael me deu isso, queria um artista completo e ele me deu isso, nenhum outro poderia se equiparar a ele, os outros artistas passaram por essa época quase que esquecidos, Michael tomou conta da mídia(rádio, tevê, jornais, revistas) não tinha quem não soubesse do meu amor e admiração por ele e apesar dos parentes evangélicos pegarem no meu pé por causa dele eu não dava bola e tinha meu próprio modo de pensar a respeito dos meus sentimentos , nessa época eu já pedia a Deus por ele em minhas orações, quando me lembrava de fazê-las, ia ocasionalmente em reuniões evangélicas mas não era assídua, colecionava tudo que encontrava sobre Michael e chegava a comprar discos de outros cantores por causa de um “a” de MJ na música do outro, ganhei um livro de Mark Bego sobre a vida MJ de minha prima que tb gostava dele,(nessa época todo mundo gostava de Michael Jackson), um dia sofri um acidente por causa do clip “Beat it”, que ia ser exibido num programa de domingo a tarde, eles faziam chamadas toda hora e eu na cozinha quando ouvi os primeiros acordes da música sai correndo desesperadamente achando que o clip ia começar e raspei o joelho no metal do puxador desencapado de um armário, nem dei por mim, depois q vi q era só mais uma chamada é que olhei pra minha perna e vi o rasgo, o sangue e a carne saindo pra fora, meus pais me levaram imediatamente para o pronto socorro onde levei 6 pontos e mesmo assim não deixei de ver o clip, lá eu pedi para o enfermeiro colocar na tv cultura e finalmente vi o vídeo que tinha me levado para o médico, que claro, foi o último do programa, a cicatriz nunca vai sair e eu tive que ficar em casa por uma semana ( nessa época eu trabalhava com minha prima num escritório de contabilidade e fazia o supletivo num colégio pago).

Outra coisa que tb me fazia ficar maluca era uma garota cover do MJ que se apresentava num programa de tevê do Barros de Alencar da extinta tevê Tupi ,o nome dela era Lúcia mas se auto denominava Maica Jackson e ficou famosa como a melhor cover brasileira de MJ nessa época, tentei vê-la quando veio se apresentar numa cidade vizinha e apesar da ajuda da minha amiga Cris acabei não conseguindo...passou-se um tempo e eu que já estava me achando uma extra terrestre por nunca ter tido um namorado, tive meu primeiro, aos 26 anos,se chamava Nel( na verdade Manoel) e conheci quando trabalhava no bar do meu irmão e o namoro durou até meus 29 anos, ele gostava de música sertaneja mas me dava discos de Michael de presente, ele me deu dois discos de grandes sucessos de MJ, me deu revistas e quadros, trazia fotos de Michael pra mim e sabia que essa era a melhor forma de me agradar, e veio a fase Bad, anunciava muito na tevê, iam mostrar no Fantástico e eu ficava o dia todo com a tevê ligada pra ver os comerciais, não me cansava de ver os pedaços, era o lançamento da música Bad, e no domingo lá estava eu assistindo o Fantástico, quase cai da cadeira quando vi, me assustei por ele estar tão diferente(de novo), estava com a pele mais clara e isso me espantou, mas em poucos dias já tinha me acostumado, no dia seguinte já estava com o disco Bad e tocava o dia todo, inteirinho, morria de ciúmes cada vez que ouvia algo sobre um possível namoro de Michael com qualquer mulher ( nessa época falavam que ele estava namorando sua backing vocal Cheryl Crow), tinha mais ciúmes dele do que do meu namorado, quando o filme Moonwalker ia ser lançado eu quase fiquei doente porque ia ter uma avant premiére em Campinas e eu tinha medo de viajar pra lá sozinha, então a Cris( minha amiga paraguaia) foi me levar, mesmo não sendo fã de Michael, e na saída do cinema as ruas da cidade estavam alagadas, já era quase meia noite e íamos perder o último ônibus, foi um sofrimento chegar a rodoviária debaixo daquela tempestade a tempo de voltar pra casa... eu passava os dias desenhando Michael, escrevendo poesias para Michael, e fantasiando com ele, minha criatividade para as fantasias não tinha limite, poderia facilmente escrever um livro de histórias que imaginei viver com ele, passava as noites acordada pensando nele e os dias também, até quando estava caminhando na rua eu via ele e ouvia sua voz, eu ia tão fundo nas fantasias que chorava e ria de verdade, sentia as emoções da história que estava vivendo na minha imaginação, chegava a sentir até o toque dele, o cheiro dele, o hálito dele, imaginava casamento, filhos, como eu tinha ido parar nos Estados Unidos, ou ele no Brasil criava situações com começo, meio e fim, muitas vezes chegava a “compor” músicas futuras que ele iria compor como se fosse ele, envelhecíamos juntos, eu vivia de sonhos, de sonhar acordada, eu queria casar com ele, ele era o meu príncipe encantado, era o homem da minha vida, era tudo o que eu queria ter pra mim,eu vivia dele e respirava ele 24 horas por dia sem cessar, chegava a ser doentio, atrapalhava a minha vida, deixava as pessoas preocupadas, quando Michael desaparecia por um tempo eu conseguia voltar a viver a minha vida normalmente.



Meu namoro já tinha acabado quando me sentia totalmente entregue a essas fantasias com Michael e elas me ajudavam a me curar de todas as dores da vida real, e mal me via livre de uma dor vinha outra, num desses intervalos que Michael me dava me envolvi com um rapaz 10 anos mais novo de nome Marco, um relacionamento turbulento e complicado sempre seguido de perto pelo ex( que tinha chegado a ser noivo)e que não desistia de tentar me fazer voltar com ele, pra isso me enchia de presentes( tudo sobre Michael)e foi dele que ganhei o disco Dangerous e uma fita com o show da Dangerous Tour em Bucaresti., depois de sofrer muito com outra decepção amorosa como o rapaz mais novo lá estava eu esperando mais um disco de Michael e mais um clip, dessa vez Black or White e como da outra vez, tevê ligada o dia todo pra ver os comerciais do programa que anunciavam o clip e pra variar outro susto com a pele mais clara ainda de Michael, e lá estava eu dando uma outra chance para o ex namorado q não durou mais que 3 meses, meu namoro como era não combinava com o rumo que a minha vida estava seguindo, já que as decepções acabaram me levando a conhecer mais de perto ao Deus sob cuja palavra eu tinha sido criada, mas que nunca tinha buscado verdadeiramente a não ser nos momentos de dor.Tive um período de espiritualidade que me levou a conhecer várias denominações evangélicas, mas nunca deixei de curtir meu sentimento por Michael nessa época, eu sonhava com o dia que ele viria ao Brasil e tinha certeza que isso iria acontecer, tinha tanta certeza que desde muito cedo guardava em uma caderneta de poupança tudo que eu conseguia pra quando esse dia chegasse eu pudesse estar lá, voltei a estudar pra terminar o colégio que eu tinha largado na época do grupo Musical Waterloo e retomado na base do supletivo vários anos antes, me envolvi com um colega que era meu vizinho e estudava junto e tb mais novo que eu, e acabei me afastando da igreja, nessa época já havia comentários da vinda da Dangerous Tour para o Brasil e era para ela que eu me preparava com o apoio dos colegas de escola e do Nilson apesar de todo meu medo de multidões( eu era clautrofóbica)e apesar de nunca ter viajado para a capital sozinha.



continua...

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Memórias de uma Fã parte I



uma vez me pediram para escrever sobre meu amor e admiração por Michael Jackson e como começou, eu escrevi resumidamente e essa q é a minha história de amor por um artista e q já dura 39 anos foi postada num blog, como fãs novatos sempre me perguntam, achei o racunho do q escrevi e resolvi postar agora no meu próprio blog, eis a primeira parte...


"Num dia do início de janeiro de 1959 eu nasci e 9 anos depois me descobri num menino cantor que a principio achei q fosse menina, não é todo o dia que se encontra alguém da mesma idade fazendo algo como se fosse um adulto, pelo menos não na minha época, eu era só uma garota pobre, uma criança pobre que não tinha muitos brinquedos a não ser uma boneca de borracha, presente de uma tia, e um boneco de papelão do tamanho de uma criança de verdade q um dia foi esquecido na chuva e derreteu, minha mãe era fanática por rádio e por horóscopo e tínhamos um velho rádio, daqueles de museu, que passava o dia todo ligado, minha família se resumia num pai q passava o dia trabalhando, numa mãe q ouvia rádio e num único irmão q dava muito trabalho e passava o dia inteiro ou na escola ou na rua, eu não tinha televisão ainda, ás vezes eu e meu irmão, caras de pau nos enfiávamos nas casas dos vizinhos pra assistir tevê até sermos quase enxotados, mas meu negócio nesse tempo era mesmo o rádio, época boa essa, músicas lindas, músicas numa língua que não era a minha era o que mais se ouvia, não posso me lembrar de nenhuma especificamente que tenha me chamado tanta atenção a ponto de eu guardar pra sempre, mas me lembro de uma voz numa música de um conjunto que segundo o locutor do programa se chamava Jackson 5 e a música em questão tinha sido lançada nas rádios americanas naquela mesma semana provocando alvoroço, não lembro o nome do locutor, do programa, de nada, só lembro que era um lindo dia de sol e minha mãe cozinhava, portanto foi antes do almoço, a música se chamava “I Want You Back”(eu não fazia idéia do que significava essa frase), e eu fiquei parada feito uma idiota olhando pro rádio enquanto ouvia a música e chacoalhava de lá pra cá ao som dela, ouvindo encantada a voz daquela criança que eu não sabia se era um menino ou uma menina, já que voz de criança nessa idade é igual, a música voltou a ser tocada no mesmo dia várias vezes e nos dias seguintes e virou coqueluche e eu adorava, depois dela, vieram outras do mesmo conjunto, “ABC”, e a que me “matou”, “I´ll Be There”.

Eu chorava quando ouvia essa música, eu cantava ela inteirinha sem errar uma única frase, improvisava um palco encima do muro da área da frente de casa e um microfone com um cabo de vassoura e cantava “I’ll Be There” para minhas amiguinhas enquanto as pessoas que passavam na rua paravam pra ver eu me esgoelando e sorriam, não sei se eu cantava bem, mas as pessoas gostavam e eu sabia de cor a letra, como eu amava aquela “menina” que cantava(não sei porque mas eu achava que era uma menina), como os vizinhos começaram a encrencar porque eu e meu irmão nos enfiávamos nas casas deles pra assistir tevê meu pai fez das tripas coração e comprou uma tevê preto e branco, só assim pra meu irmão parar um pouco em casa e pros vizinhos pararem de reclamar da gente, nessa época tinha muito programa de música, principalmente americanos, especiais de cantores da moda americanos que eram exibidos toda a semana, programas de clipes apresentados por jovens e anunciavam que no final do ano iria ter um especial de Diana Ross com a participação do grupo mais famoso daquela época, o Jackson 5, lógico que fiquei ansiosíssima, na maior expectativa, contando os dias para chegar logo o fim do ano, aliás, o fim do ano tinha presente, comes e bebes, pisca-pisca nas árvores dos vizinhos, eu adorava natal quando era criança, nessa época tudo era mais bonito, mais alegre, mais brilhante, era só festa, união e amor, mas o que eu mais gostava mesmo eram esses especiais de fim de ano que passavam na televisão e foi nesse especial de Diana Ross que vi pela primeira vez o conjunto que eu tanto amava, eu amava o conjunto porcausa da “menininha” e a imaginava igual a mim já que tínhamos a mesma idade, fiquei chocada quando descobri no programa que a “menininha” era um meninO...


E se até então eu já gostava dela...digo, dele, depois que vi e descobri quem era, que se chamava Michael Jackson e era o caçulinha dos cinco irmãos fiquei ainda mais fascinada por ele, por sua voz e por sua música.E Michael passou então a fazer parte integral da minha vida de criança, era o meu melhor amigo, era o meu sonho, era tudo o que eu mais gostava, suas músicas tocavam muito no rádio, suas apresentações em programas estrangeiros eram mostrados nas tevês por toda a parte, inclusive aqui no Brasil, era uma música atrás da outra, uma era tema de novela, “Music and Me” era tema da Cecília (Regina Duarte) em “Carinhoso”, “Ben”, foi uma loucura, “Happy”, todas lindas, nunca saberia dizer qual me encantava mais, talvez porque o que me encantava mais que as músicas até era ele mesmo, seu sorriso de criança, o brilho de seu olhar, tudo nele era especial, o sucesso do Jackson 5 era tamanho que virou mania mundial, tinha até desenho na televisão, eu não perdia um episódio e algumas músicas que conheci nos desenhos e que me marcaram muito foram “Don´t Know Why I love You”, “Darling Dear”, “Maria”, “Who’s Lovin’ You”, LaLa Means I Love You”,”Reach In”, “ I Wanna Be Where You Are”( que tb fez sucesso na voz de José Feliciano, um cantor cego), sem falar naquelas que tocavam no rádio tb como “Never Can Say Goodbye, “Got To Be There”,”The Love You Save”, “Goin’ Back To Indiana”, “Ain’t No Sunshine”, “Rockin Robin”, até chegar em “One Day In Your Life”, “Dancing Machine”( que tb foi tema de novela)músicas maravilhosas que marcaram minha vida de criança e de adolescente.


Músicas inesquecíveis, músicas que até hoje, moram no meu coração.O primeiro compacto que tive com uma música de Michael Jackson foi “Got To Be There” no lado A e “Maria” no lado B, eu adorava “Maria”, mais que “Got To Be There”, mas meu irmão não me deixava ouvir porque a sonata era dele, quando ele estava em casa, só ouvia as músicas que ele gostava e nunca aquelas que eu queria(acho que até por pirraça de irmão mais velho), eu tinha que ouvir escondido, quando ele saia(e deixava a sonata trancada dentro do guarda roupa, mas eu descobri onde guardava a chave e com a ajuda de uma amiga, que vigiava a porta, sem tirar a sonata de dentro do guarda roupa, tocava meu disquinho quantas vezes me fosse possível tocar antes dele chegar), essas duas músicas foram a causa de eu quase apanhar do meu irmão num dia, quando ele não queria de jeito nenhum tocar o disco pra mim e de raiva, eu joguei um bloco de terra vermelha em cima do disco que ele tocava na sonata, ele correu atrás de mim e só parou porque minha mãe me salvou de levar uns cascudos dele, ficou tão furioso comigo que vendeu a sonata e todos os discos(inclusive o meu “Got To Be There” e “Maria”) junto e comprou um gravador que mal vi como era, e eu chorei, chorei e chorei por ele ter feito aquilo comigo.Ele deu fim no meu disco de Michael mas não ao meu amor por ele, amor esse que só fez aumentar daí pra adiante fazendo parte e contando a história da minha vida."

continua...