quarta-feira, 4 de julho de 2007

Memórias de uma Fã parte I



uma vez me pediram para escrever sobre meu amor e admiração por Michael Jackson e como começou, eu escrevi resumidamente e essa q é a minha história de amor por um artista e q já dura 39 anos foi postada num blog, como fãs novatos sempre me perguntam, achei o racunho do q escrevi e resolvi postar agora no meu próprio blog, eis a primeira parte...


"Num dia do início de janeiro de 1959 eu nasci e 9 anos depois me descobri num menino cantor que a principio achei q fosse menina, não é todo o dia que se encontra alguém da mesma idade fazendo algo como se fosse um adulto, pelo menos não na minha época, eu era só uma garota pobre, uma criança pobre que não tinha muitos brinquedos a não ser uma boneca de borracha, presente de uma tia, e um boneco de papelão do tamanho de uma criança de verdade q um dia foi esquecido na chuva e derreteu, minha mãe era fanática por rádio e por horóscopo e tínhamos um velho rádio, daqueles de museu, que passava o dia todo ligado, minha família se resumia num pai q passava o dia trabalhando, numa mãe q ouvia rádio e num único irmão q dava muito trabalho e passava o dia inteiro ou na escola ou na rua, eu não tinha televisão ainda, ás vezes eu e meu irmão, caras de pau nos enfiávamos nas casas dos vizinhos pra assistir tevê até sermos quase enxotados, mas meu negócio nesse tempo era mesmo o rádio, época boa essa, músicas lindas, músicas numa língua que não era a minha era o que mais se ouvia, não posso me lembrar de nenhuma especificamente que tenha me chamado tanta atenção a ponto de eu guardar pra sempre, mas me lembro de uma voz numa música de um conjunto que segundo o locutor do programa se chamava Jackson 5 e a música em questão tinha sido lançada nas rádios americanas naquela mesma semana provocando alvoroço, não lembro o nome do locutor, do programa, de nada, só lembro que era um lindo dia de sol e minha mãe cozinhava, portanto foi antes do almoço, a música se chamava “I Want You Back”(eu não fazia idéia do que significava essa frase), e eu fiquei parada feito uma idiota olhando pro rádio enquanto ouvia a música e chacoalhava de lá pra cá ao som dela, ouvindo encantada a voz daquela criança que eu não sabia se era um menino ou uma menina, já que voz de criança nessa idade é igual, a música voltou a ser tocada no mesmo dia várias vezes e nos dias seguintes e virou coqueluche e eu adorava, depois dela, vieram outras do mesmo conjunto, “ABC”, e a que me “matou”, “I´ll Be There”.

Eu chorava quando ouvia essa música, eu cantava ela inteirinha sem errar uma única frase, improvisava um palco encima do muro da área da frente de casa e um microfone com um cabo de vassoura e cantava “I’ll Be There” para minhas amiguinhas enquanto as pessoas que passavam na rua paravam pra ver eu me esgoelando e sorriam, não sei se eu cantava bem, mas as pessoas gostavam e eu sabia de cor a letra, como eu amava aquela “menina” que cantava(não sei porque mas eu achava que era uma menina), como os vizinhos começaram a encrencar porque eu e meu irmão nos enfiávamos nas casas deles pra assistir tevê meu pai fez das tripas coração e comprou uma tevê preto e branco, só assim pra meu irmão parar um pouco em casa e pros vizinhos pararem de reclamar da gente, nessa época tinha muito programa de música, principalmente americanos, especiais de cantores da moda americanos que eram exibidos toda a semana, programas de clipes apresentados por jovens e anunciavam que no final do ano iria ter um especial de Diana Ross com a participação do grupo mais famoso daquela época, o Jackson 5, lógico que fiquei ansiosíssima, na maior expectativa, contando os dias para chegar logo o fim do ano, aliás, o fim do ano tinha presente, comes e bebes, pisca-pisca nas árvores dos vizinhos, eu adorava natal quando era criança, nessa época tudo era mais bonito, mais alegre, mais brilhante, era só festa, união e amor, mas o que eu mais gostava mesmo eram esses especiais de fim de ano que passavam na televisão e foi nesse especial de Diana Ross que vi pela primeira vez o conjunto que eu tanto amava, eu amava o conjunto porcausa da “menininha” e a imaginava igual a mim já que tínhamos a mesma idade, fiquei chocada quando descobri no programa que a “menininha” era um meninO...


E se até então eu já gostava dela...digo, dele, depois que vi e descobri quem era, que se chamava Michael Jackson e era o caçulinha dos cinco irmãos fiquei ainda mais fascinada por ele, por sua voz e por sua música.E Michael passou então a fazer parte integral da minha vida de criança, era o meu melhor amigo, era o meu sonho, era tudo o que eu mais gostava, suas músicas tocavam muito no rádio, suas apresentações em programas estrangeiros eram mostrados nas tevês por toda a parte, inclusive aqui no Brasil, era uma música atrás da outra, uma era tema de novela, “Music and Me” era tema da Cecília (Regina Duarte) em “Carinhoso”, “Ben”, foi uma loucura, “Happy”, todas lindas, nunca saberia dizer qual me encantava mais, talvez porque o que me encantava mais que as músicas até era ele mesmo, seu sorriso de criança, o brilho de seu olhar, tudo nele era especial, o sucesso do Jackson 5 era tamanho que virou mania mundial, tinha até desenho na televisão, eu não perdia um episódio e algumas músicas que conheci nos desenhos e que me marcaram muito foram “Don´t Know Why I love You”, “Darling Dear”, “Maria”, “Who’s Lovin’ You”, LaLa Means I Love You”,”Reach In”, “ I Wanna Be Where You Are”( que tb fez sucesso na voz de José Feliciano, um cantor cego), sem falar naquelas que tocavam no rádio tb como “Never Can Say Goodbye, “Got To Be There”,”The Love You Save”, “Goin’ Back To Indiana”, “Ain’t No Sunshine”, “Rockin Robin”, até chegar em “One Day In Your Life”, “Dancing Machine”( que tb foi tema de novela)músicas maravilhosas que marcaram minha vida de criança e de adolescente.


Músicas inesquecíveis, músicas que até hoje, moram no meu coração.O primeiro compacto que tive com uma música de Michael Jackson foi “Got To Be There” no lado A e “Maria” no lado B, eu adorava “Maria”, mais que “Got To Be There”, mas meu irmão não me deixava ouvir porque a sonata era dele, quando ele estava em casa, só ouvia as músicas que ele gostava e nunca aquelas que eu queria(acho que até por pirraça de irmão mais velho), eu tinha que ouvir escondido, quando ele saia(e deixava a sonata trancada dentro do guarda roupa, mas eu descobri onde guardava a chave e com a ajuda de uma amiga, que vigiava a porta, sem tirar a sonata de dentro do guarda roupa, tocava meu disquinho quantas vezes me fosse possível tocar antes dele chegar), essas duas músicas foram a causa de eu quase apanhar do meu irmão num dia, quando ele não queria de jeito nenhum tocar o disco pra mim e de raiva, eu joguei um bloco de terra vermelha em cima do disco que ele tocava na sonata, ele correu atrás de mim e só parou porque minha mãe me salvou de levar uns cascudos dele, ficou tão furioso comigo que vendeu a sonata e todos os discos(inclusive o meu “Got To Be There” e “Maria”) junto e comprou um gravador que mal vi como era, e eu chorei, chorei e chorei por ele ter feito aquilo comigo.Ele deu fim no meu disco de Michael mas não ao meu amor por ele, amor esse que só fez aumentar daí pra adiante fazendo parte e contando a história da minha vida."

continua...

Um comentário:

Anônimo disse...

Minha nossa!! Esse foi o depoimento de uma fã mais tocante que já li até hoje, e olha que ainda não terminei de ler. Mike ficaria orgulhoso de você.