sábado, 5 de maio de 2007

outro plano


Quando criança eu vivia cheia de sonhos e planos, queria encontrar um grande amor, amar e ser correspondida, me casar, ser mãe, ter minha casa e uma família construída por mim, ter "milhões" de amigos, achava q o amor e a amizade eram simples e perfeitos como o q via na TV, nos livros e revistas, achava tudo lindo e tinha a vida toda pela frente para realizar tudo q sonhei, queria ser uma boa filha e um dia cuidar de meus pais como eles me cuidaram, ser independente, ser alguém q passasse pela vida para ser útil de alguma forma, sonhava em ser feliz, alegre e estar sempre bem, na infância tudo é tão simples, tudo é tão bom, uma criança se satisfaz com tão pouco, é feliz com tão pouco, eu não via a hora de crescer e me tornar adulta para poder ter tudo q sonhei, mas não sabia q planos e sonhos não se realizam assim tão fácilmente e q o mundo adulto é tão triste e mau, tão dolorido, tão diferente do q a gente pensa q vai ser quando somos crianças.
Quando criança eu brincava de bandido e mocinho com meu irmão, brincava de índio, fazia cabaninhas de cobertor, brincavamos de espada, pulava corda na rua com filhos dos vizinhos, jogava bola, soltava pipas, subia em árvores para apanhar frutas e ficava lá comendo fruta e cantando, ficava até a noite brincando em frente a minha casa, sabia cantar todas as músicas, sabia dançar todas as danças, adorava cuidar do irmão mais novo da minha melhor amiga(um bebê q começava a andar), era tudo tão diferente, tão normal, tão fácil, tão simples e eu era tão feliz, nossos brinquedos eram carrinhos, espadas, caminhõezinhos feitos de madeira por meu querido pai, bonecas de pano e de espiga de milho com seus vestidinhos feitos por minha amada mãe, os brinquedos fabricados por empresas eram raros e ganhos de outros ou q meu pai ganhava da firma no final do ano, uma infância pobre mas tão feliz.
O tempo passou...as poucas amizades foram decepcionando mesmo com todo empenho em mantê-las, mesmo passando por cima de humilhações, de roubos de todo tipo(de objetos a amores), de desprezo, engano, traição, falsidade...eu era tão boba, continuo sendo.
Queria ser uma pessoa diferente, ser menos dedicada aos outros e pensar mais em mim, ser como todo mundo me diz pra ser, mas não consigo.
Passei por tantas desilusões q perdi a conta, não me casei, não tive filhos, não tenho nada e nada construi ao longo dos meus 48 anos de vida, nem sei ao certo o q me faria feliz de verdade(se é q existe felicidade)mas me contentaria em sentir paz, como a q senti durante um tempo quando mesmo sem emprego, sem namorado, sem um único amigo(sem brincadeira...nenhum mesmo), sem dinheiro, sem escola, eu passava o dia cantando e falando com Deus e me sentia plena, cheia e verdadeiramente feliz e em paz, mas esse tempo passou e não consegui mais recuperá-lo, junto com a minha infância esse foi o melhor tempo da minha vida, não tinha amigos, mas tinha colegas e irmãos de fé e todas as minhas noites ia a reuniões, acredito q nesse tempo na verdade eu estava apaixonada e era correspondida(Jesus), tinha o melhor amigo q se pode ter, q nunca falhava, q estava sempre lá(Jesus), tinha o melhor "emprego"(Jesus) e ganhava o melhor "salário"(Jesus), tinha o melhor lazer(Jesus) e o melhor prazer(Jesus), mas tudo isso não era físico, era espiritual e vinha de Deus, por isso era perfeito.
Infelizmente sinto q meu amor agora está muito aquém do q foi nessa época, pelo menos em relação a Deus, eu caí tantas vezes q não me sinto mais capaz de levantar, me sinto em dívida com meu "amor maior", sinto vergonha e queria me esconder, mas não consigo, mas eu sei q a culpa é só minha, Ele está sempre ali no mesmo lugar de sempre olhando pra mim e por mim, está sempre de mãos abertas e braços estendidos me chamando, mas eu estou incapaz de ver e ouvir porque me sinto contaminada demais com tanta podridão e não quero sujá-Lo, preciso ficar longe, não quero, mas inconscientemente fico e por isso sinto esse vazio, esse sentimento de insatisfação com tudo,essa depressão, solidão, tristeza, amargura, essa vontade de sair do mundo, do planeta, de ir para um lugar melhor, de estar num outro plano, num plano q eu creio seja milhões de vezes melhor do q este, onde haja verdadeira paz, felicidade, alegria, amor e um prazer inconcebível e impossível de imaginar para a mente humana.
Nesse plano cada vez mais me decepciono, cada vez mais vejo coisas q não queria ver, esse plano individualista, egoísta, materialista, capitalista, ilusionista, enganador, esse plano cheio de ódio, de violência, de desamor, de injustiça, de competição, de imoralidade, perversidade, crueldade, esse plano onde ninguém se importa de fato com nada q não seja o seu próprio umbigo.
Não sou mais criança, não tenho nada e não sou nada,não tenho marido ou filhos, emprego e salário e não terei aposentadoria, não sei o q vou fazer quando não tiver mais meus pais q já estão velhinhos e continuam cuidando de mim como se eu fosse uma criança ainda( o q me causa frustração, vergonha e uma horrível sensação de incapacidade, de inutilidade)...mas apesar de tudo penso q sou como os lírios do campo q estão mais lindamente vestidos do q todos os reis desse mundo e os pássaros q não semeiam nem colhem mas q Deus na sua imensa bondade e misericórdia alimenta e cuida.
Acho q na verdade eu não queria apenas q Deus estivesse aqui comigo na terra espiritualmente porque queria estar com Ele no céu, mas até pra isso dependo da vontade Dele e enquanto Ele não me quiser por lá tenho q estar aqui mesmo q não goste desse lugar e mesmo q me sinta inútil, infeliz e fracassada aqui.

flor luciano

2 comentários:

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